quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Pré-operatório

PRÉ-OPERATÓRIO

No pré-operatório, deve-se fazer uma consulta clínica completa, com boa anamnese e um bom exame físico, identificando risco para doença tromboembólica e alterações sistêmicas gerais, como nutrição, hepatopatias, nefropatias e hematopatias.
Pacientes com história de hipotensão postural tem maior chance de ter instabilidade pressórica durante o ato anestésico.
Os exames complementares pré-operatórios só devem ser solicitados mediante achados que os justifiquem.
Exames realizados até 12 meses antes do ato cirúrgico não precisam ser repetidos, salvo nos casos de mudança da história clínica ou em resultados anormais, conforme cada caso.

Exames Complementares Pré-Operatórios:
Hemograma: pedir em caso de cirurgia de grande porte, suspeita de anemia ou policitemia, insuficiência renal, esplenomegalia, uso de anticoagulantes, infecção, radio ou quimioterapia recentes. Anemia deve ser investigada sempre (com índices hematimétricos, ferritina, capacidade total de ligação com o ferro, contagem de reticulócitos, dosagem de vitamina B12 e folato sérico e intraeritrocitário). Hemoglobina entre 6 e 10 devem ser transfundidos em idosos, isquemia do miocárdio, AVC, doença pulmonar crônica e perda volêmica estimada de 30% ou mais no ato operatório.
Coagulograma: pedir em caso de sangramentos anormais, operações vasculares / oftalmológicas / neurológicas, cirurgias que necessitem de circulaçãoextra-corpórea, hepatopatias, síndromes de má absorção, neoplasias, esplenomegalias, hepatopatas e alcoólatras. Plaquetas abaixo de 100 mil/mm3 contra indicam neurocirurgias e cirurgias oftalmológicas; e abaixo de 50 mil/mm3 contra indicam qualquer cirurgia.
Tipagem sangüínea: pedir se houver chance de perda volêmica importante.
Glicemia: pedir em pacientes acima de 40 anos, história pessoal ou familiar de diabetes, uso de nutrição parenteral, glicocorticóides ou tiazídicos (hiperglicemiantes). Pedir em caso de cirurgia cardíaca, de aorta, ressecções pulmonares ou intestinais, neurocirurgias ou cirurgias de coluna vertebral.
Uréia: : pedir para cardiopatas e nefropatas.
Creatinina: pedir em pacientes acima de 40 anos, história pessoal ou familiar de nefropatia, HAS ou DM. Pedir em caso de cirurgia cardíaca, de aorta, ressecções pulmonares ou intestinais, neurocirurgias ou cirurgias de coluna vertebral.
Eletrólitos: pedir quando paciente faz uso de diuréticos ou glicocorticóides, ou quando suspeita-se de nefropatias, hiperaldosteronismo, insuficiência cardíaca, insuficiência hepática ou edema e em pacientes que se submeterão a cirurgia de Estenose Pilórica (o controle hidroeletrolítico é importante).
Albumina sérica: pedir para cardiopatas, hepatopatas e alcoólatras.
Função Hepática: pedir em hepatopatas e alcoólatras.
Urinocultura: pedir em pacientes que serão submetidos a cateterização vesical, acima de 65 anos, mulher com DM, história de ITU de repetição (2 ao ano), litíase urinária, bexiga neurogênica, má formação de vias urinárias, gravidez ou AIDS. Pedir em caso de cirurgia cardíaca, de aorta, ressecções pulmonares ou intestinais, neurocirurgias ou cirurgias de coluna vertebral.
RX tórax: pedir para pacientes acima de 60 anos, em cirurgias de tórax e abdome, cardiopatas, pneumopatas, portadores de neoplasias e tabagistas.
ECG: pedir para homens acima de 40 anos, mulheres acima de 50 anos, cardiopatias, DM, HAS, AVC, doença vascular periférica, LES, hipelipidemia e usuários de remédios cardiotóxicos (antidepressivos tricíclicos, fenotiazinas, glicocorticóides). Pedir em caso de cirurgia cardíaca, de aorta, ressecções pulmonares ou intestinais, neurocirurgias ou cirurgias de coluna vertebral.

Esses exames devem ser solicitados em cirurgias de emergência ou em pacientes com retardo mental ou com anamnese prejudicada.

Nenhum comentário: