quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Tumores de Cabeça e Pescoço

TUMORES DE CABEÇA E PESCOÇO

O consumo de álcool e tabaco está diretamente relacionado ao desenvolvimento de câncer no trato aerodigestivo.
Também são fatores associados: HPV, vírus Epstein-Barr, síndrome de Plummer-Vinson, hábitos alimentares, mutações genéticas, exposições ao sol e exposição ocupacional a agentes carcinogênicos.

Estagiamento pelo American Joint Committee on Cancer:
Tumor Primário (T)
TX O tumor primário não pode ser avaliado.
T0 Nenhuma evidência de tumor primário.
Tis Carcinoma in situ.
T1 Tumor menor que 2cm na maior dimensão.
T2 Tumor maior que 2cm e menor que 4cm na maior dimensão.
T3 Tumor maior que 4cm na maior dimensão.
T4 Cavidade oral: o tumor invade estruturas adjacentes.
Linfonodos Regionais (N)
NX Os linfonodos regionais não podem ser avaliados.
N0 Nenhuma metástase para linfonodos regionais.
N1 Metástase em um único linfonodo homolateral com menos de 3cm na maior dimensão.
N2a Metástase em um único linfonodo homolateral com mais de 3cm e menos que 6cm na maior dimensão.
N2b Metástase em vários linfonodos homolaterais, nenhum com mais de 6cm na maior dimensão.
N2c Metástase em linfonodos bilaterais ou contralaterais, nenhum com mais de 6cm na maior dimensão.
N3 Metástase em um linfonodo com mais de 6cm na maior dimensão.
Estágios
0 Tis N0 M0
I T1 N0 M0
II T2 N0 M0
III T3 N0 M0
T1-T3 N0 M0
IV-A T4 N0 M0
T4 N1 M0
Qualquer T N2 M0
IV-B Qualquer T N3 M0
IV-C Qualquer T Qualquer N M1

Segundos tumores primários são comuns quando se detectam o tumor de cabeça e pescoço.
Tumores de cavidade oral e faringe, apresentam um 2º tumor primário no esôfago.
Tumor laríngeo apresenta um 2º tumor primário no pulmão.





Padrões metastáticos:
1) Tumores primários de cavidade oral e lábios: linfonodos dos níveis I, II e III.
2) Língua (metástases salteadas): linfonodos III e IV, sem acometer I e II.
3) Tumores da orofaringe, hipofaringe e laringe: linfonodos dos níveis II, III e IV.
4) Tumores da nasofaringe: linfonodos dos níveis II, III, IV e V, além dos linfonodos retrofaríngeos (cadeia profunda) e cadeias linfáticas posteriores;
5) Tumor tireoideano: linfonodos do nível V, podendo acometer os do nível VII e o compartimento linfonodal paratraqueal (cadeia profunda);
6) Tumor avançado da laringe glótica com propagação subglótica: linfonodo pré-traqueal (linfonodo de Delfos);
7) Tumores da supraglote e da parede faríngea: maior incidência de disseminação bilateral.

O controle de metástases cervicais padrão ouro é a dissecção radical do pescoço, com remoção das estruturas circulatórias, músculos e sistema linfático.
TC e RM são exames importantes na delimitação dos tumores de cabeça e pescoço.

Os cânceres de cavidade oral são um dos mais preveníveis, visto que estão muito relacionados ao fumo, etilismo e exposição ao sol.
O câncer de palato relaciona-se ao fumo, etilismo e irritação crônica (próteses).
O câncer de nasofaringe e base média do crânio são relacionados a local de moradia, etnia (africanos, asiáticos, Alasca e Groelândia), ao tabaco, ao meio ambiente e a infecções com vírus Epstein-Barr.

O sintoma inicial mais freqüente do câncer de laringe é a rouquidão.

Tipos de câncer de cabeça e pescoço
Lábios - Tipo maligno mais comum: Carcinoma epidermóide. Tratamento: Cirurgia e radioterapia.
Cavidade oral - Tipo maligno mais comum: Carcinoma epidermóide.
Língua oral - Tipo maligno mais comum: Carcinoma epidermóide. Tratamento: Cirurgia.
Assoalho da boca - Tipo maligno mais comum: Carcinoma epidermóide. Tratamento: Cirurgia.
Alvéolo/Gengiva - Tipo maligno mais comum: Carcinoma epidermóide. Tratamento: Cirurgia.
Mucosa Bucal - Tipo maligno mais comum: Carcinoma epidermóide. Tratamento: Cirurgia e radioterapia.
Palato - Tipo maligno mais comum: Carcinoma epidermóide. Tratamento: Cirurgia e radioterapia
Orofaringe - Tipo maligno mais comum: Carcinoma epidermóide. Tratamento: Cirurgia, radioterapia e quimioterapia.
Hipofaringe e esôfago cervical - Tipo maligno mais comum: Carcinoma epidermóide. Tratamento: Cirurgia e radioterapia.
Laringe - Tipo maligno mais comum: Carcinoma epidermóide. Tratamento: Cirurgia.
Nariz e seios paranasais - Tipo maligno mais comum: Carcinoma epidermóide. Tratamento: Cirurgia e radioterapia.
Nasofaringe e Base média do crânio - Tipo maligno mais comum: Carcinoma epidermóide. Tratamento: Radioterapia e quimioterapia.
Ouvido e osso temporal - Tipo maligno mais comum: Carcinoma basocelular e epidermóide. Tratamento: Cirurgia e radioterapia.
Pescoço - Tratamento: Cirurgia.
Glândulas salivares - Tipo maligno mais comum: Adenoma pleomórfico. Tratamento: Cirurgia e radioterapia.

Inervação dos músculos da língua: o palatoglosso é pelo X par e o restante pelo XII.
Os 2/3 anteriores é inervado, na sensibilidade geral da língua pelo V par, e para gustação pelo VII. No 1/3 posterior, na sensibilidade geral ou gustativa, pelo IX par.

Adenoma pleomórfico é o tumor mais comum da parótida, e o mais comum entre as glândulas salivares.
Complicações pós-operatórias da parotidectomia: sangramento / hematoma, fístula salivar, infecção de FO, lesão do nervo facial (paralisia facial), síndrome de Frey (sudorese gustatória) e seroma.

O carcinoma de rinofaringe é raro e inicia com linfonodomegalia cervicalestá associado a tabagismo, alcoolismo, desnutrição, síndrome de Plummer-Vinson, Papilomavírus e Vírus Epstein-Barr.

Cisto do Ducto Tireoglosso
Os cistos do ducto tireoglosso é a mais comum das massas cervicais de linha média; apresentam-se como um tumor móvel a deglutição, de consistência amolecida e indolor a palpação.
Eles representam os vestígios do trajeto de descida da glândula tireóide durante o desenvolvimento fetal. São mais comuns na faixa etária pediátrica (4 a 6 anos) e se manifestam como uma massa cística na linha média ou paramediana adjacente ao osso hióide (normalmente é inferior a ele).
O tratamento cirúrgico exige remoção do cisto, do trajeto e da porção central (média) do osso hióide (procedimento de Sistrunk), bem como de uma porção da base da língua até o forame cego.
É importante a realização de estudo de imagem da tireóide para a identificação da sua porção funcionante. Isso assegura que o cisto não contenha o único tecido tireoidiano funcionante do paciente.
Complicações: infecção (com ou sem abscesso), fístula salivar pós-drenagem do abscesso e malignização para adenocarcinoma.

Um paciente submetido a pancreatectomia corpo-caudal que desenvolve fístula pancreática externa no pós-operatório deve tomar somatostatina parenteral para induzir o tempo de fechamento da fístula e aumentar seu índice de fechamento. Deve ser feito ainda suporte nutricional e controle da ferida e da pele.

Nas laringopatias, o método diagnóstico inicial é a laringoscopia indireta, com o uso de espelhos e lentes que amplificam sua imagem, facilitando a identificação da lesão.

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